Como abrir uma ervanária
Atualmente existe uma tendência na sociedade para os comportamentos saudáveis, como alimentar-se bem, fazer desporto, etc. Esta tendência pode fazer da sua ervanária um sucesso. Digamos desde já que é um negócio bastante lucrativo, com margens de mais de 100% e mesmo maiores em alguns produtos. Esta motivação, cada vez mais presente na população, tem levado a um crescente interesse pelos suplementos nutricionais, onde se incluem os suplementos à base de plantas.
O elevado preço dos suplementos nutricionais em comparação com os medicamentos, que são comparticipados (situação que não se verifica, por exemplo nos Estados Unidos), e ainda a situação económica complicada que se vive em Portugal, tem feito com que a aquisição destes tenha sido severamente afetada. Não sendo considerados produtos essenciais são procurados principalmente quando os sintomas ocorrem ou quando recomendados pelo médico.
Localização
A escolha do local e do espaço físico necessário para instalar o seu negócio é uma decisão muito importante para o sucesso do empreendimento. Um acesso fácil ou próximo de onde o seu cliente reside (conveniência) é sempre uma maneira de destacar-se no mercado. O ideal, quando possível, é sempre encontrar uma localização numa zona de alto tráfego, pois na maioria dos casos, sua loja vai chamar a atenção de diversos clientes que não pretendem comprar o que você vende agora, mas que saberá procurá-lo quando necessário. Outros locais interessantes para instalar uma loja de produtos naturais é a proximidade de academias, spas, hospitais e clínicas e as ruas comerciais. Também é importante a existência de estacionamento para os clientes. Um outro fator que pode ser observado como positivo é a proximidade com transportes públicos.
Antes de começar
Você deve estar já preocupado com as questões de legalização e formalização do seu negócio, contudo existe uma forma bem simples de tratar de tudo isso: é contatar a GAPIC (www.gapic.pt) e eles acompanham o seu caso e aconselham-no gratuitamente até à constituição do seu negócio. Vale a pena marcar uma reunião e explicar os seus objetivos e finalidades.
O mercado de suplementos naturais e vitamínicos
Legislação
Relativamente à União Europeia (UE), a 10 de Junho de 2002, foram definidas as normas relativas ao fabrico e comercialização dos suplementos alimentares na Diretiva nº 2002/46/CE. Mesmo depois da introdução dos suplementos alimentares na Diretiva 2004/24/EC, o mercado dos suplementos contínua confuso e a harmonização na UE ainda é muito pequena, em particular para substâncias que não são nem vitaminas nem minerais. Os suplementos são sujeitos às exigências nacionais de cada País, não revelando muita coerência entre países uma vez que, para alguns suplementos que contenham plantas na sua composição, essas exigências são muito diferentes.
Hábitos de consumo nas lojas de produtos naturais
Num estudo publicado em livro que decorreu no final de 2005 início de 2006, sendo a amostra de 12000 pessoas, foi avaliado o comportamento de compra e hábitos de consumo da população portuguesa referentes aos suplementos alimentares, nomeadamente razões de compra, onde são adquiridos, em que situações são adquiridas, as características dos consumidores, a importância dos locais de compra e das categorias ou tipo de produtos, peso relativo de cada categoria de produtos e quanto gastam em média os portugueses nestes produtos.
As conclusões obtidas foram então que os suplementos alimentares são conhecidos, em geral, pelos consumidores, através dos profissionais de saúde, das relações pessoais e ainda através dos média. Contudo esse conhecimento não é homogéneo, varia com região, faixa etária e profissão. A par do elevado conhecimento verificou-se elevado índice de consumo e/ou experimentação de suplementos alimentares. Este facto prende-se com a importância do profissional de saúde ou com o ponto de venda – farmácia – confere credibilidade, dada a imagem de qualidade e segurança. Os autores verificaram também que a preferência dos suplementos nutricionais segue esta ordem: produtos à base de minerais e produtos energéticos, seguindo-se os produtos vitamínicos, produtos à base plantas e dietéticos. O modo de apresentação dos suplementos nutricionais preferido são os comprimidos. Esta última informação foi verificada igualmente em outros estudos.
Já os motivos de consumo e os tipos de suplementos consumidos apresentam grande relação com as lojas de produtos naturais. Contudo, a compra em grandes superfícies e/ou supermercados relaciona-se com a idade, região e número de pessoas do agregado familiar que consomem suplementos. Relativamente à frequência de compra, os consumidores entre os 35-44 anos apresentam maior regularidade na aquisição de produtos, uma vez que em grande parte as aquisições são feitas sem frequência certa. Em termos de gastos, verifica-se que são feitos maioritariamente com a categoria de produtos dietéticos e menos com a categoria de produtos à base de plantas. Relativamente ao consumo, aqueles que pertencem às faixas etárias dos 45-54 anos e ainda dos 55 para cima são quem mais gastam com suplementos. Os novos consumidores apresentam algumas diferenças face ao restante grupo de consumo. Verifica-se que as variáveis económicas pesam de forma inversa na captação de novos consumidores, enquanto que a manutenção do consumo depende de outros fatores sociais ou demográficos. As regiões do Alentejo, Algarve e grande Porto são aquelas em que o gasto médio anual com suplementos alimentares maior, sendo a região de Lisboa aquela que apresenta o gasto médio anual mais baixa. Outro dado verificado é que quanto maior a faixa etária dos consumidores mais estes se dispõem a voltar a comprar suplementos, com destaque da faixa dos 55 anos para cima.
Fornecedores
Os suplementos alimentares é uma categoria altamente fragmentada. As tendências de bem-estar e saúde têm cativado a atenção e o interesse dos consumidores levando-lhes a gastar de milhões de euros. Face a este interesse, o número de fabricantes tem aumentado nos últimos anos, assim como o número de marcas e produtos disponíveis, resultando numa forte competição da marca. A marca Arkocapsulas, pertencente Arkopharma SA, Laboratoires Pharmaceutiques, que tem uma presença muito forte nas nossas farmácias é quem teve a maior quota de mercado em 2011 com 13% (Gráfico 18). Este crescimento na oferta também está relacionado com o facto de que os pequenos fabricantes nacionais vêm uma oportunidade nesta categoria para diversificar as suas atividades, aproveitando-se de um processo de lançamento mais fácil. Deste modo é de referir a marca Ginseng, da Natiris-Centro Dietetico Lda e ainda a Naturplan, Coutinho & Alexandre Lda, que tiveram uma cota de mercado de 11% e 9% respectivamente no ano de 2011.
gostaria de saber se para abrir uma ervanária é necessário ser profissional de saude. grata