Introdução: O envelhecimento da população

Vamos começar este artigo a pedir-lhe para olhar para o gráfico acima (o mais bonitinho que conseguimos encontrar, cortesia das Nações Unidas). O gráfico mostra o envelhecimento galopante da sociedade portuguesa.
É difícil imaginar hoje que em 1950 a idade média da sociedade portuguesa era de 26 anos – ou seja, éramos quase todos uns jovens. Em 2020 a idade média é de 46 anos. Já as previsões para 2050 apontam para uma idade média de 52 anos.
Se socialmente isto será um drama – quem vai pagar as reformas de toda esta gente? – também não deixa de ser verdade que representa o mercado tal como ele vai ser daqui a uns anos, essencialmente composto de idosos. Para competir nos mercados do futuro – por pouco dinâmicos que sejam – nunca vão deixar de haver consumidores.
Infelizmente, a natureza não perdoa. Por isso mesmo, muitos destes idosos vão necessitar de cuidados de saúde – e de apoio domiciliário. Esta é já hoje uma grande oportunidade, em face da pandemia de corona vírus que vivemos, mas será igualmente no futuro – como demonstram os gráficos.
A GAPIC tem muita experiência em negócios de apoio domiciliário, e poderá explicar passo a passo tudo o que é necessário para a legalização.
I – Tipos de Apoio Domiciliário

Ainda que hajam muitos tipos diferentes de apoios domiciliários, por uma questão de conveniência vamos agrupá-los em duas categorias:
- Apoio domiciliário médico
- Apoio domiciliário não médico
1. Apoio domiciliário Médico
Este tipo de cuidados é prestado por um profissional médico (enfermeiro ou terapeuta) na casa do cliente. Estes prestadores, normalmente, só são autorizados a prestar serviços que o médico prescreveu. Estes profissionais médicos especializados são normalmente necessários para terapia ocupacional, treino de mobilidade, gestão da dor, injecções, etc. Normalmente existem apoios da segurança social ou das empresas seguradoras. O licenciamento para este tipo de actividade especializada pode ser difícil e moroso.
2. Apoio domiciliário não médico
Tal como o próprio nome indica, este tipo de cuidados está mais direccionado para manter o estilo de vida, segurança e saúde dos clientes (mas sem a parte médica). Este tipo de tarefas pode normalmente ser realizado por membros da família sem licenciamento médico, e é por isso que se convencionou chamar apoio domiciliário não médico. Os cuidadores de apoio domiciliário não médico ajudam normalmente os clientes com os cuidados de higiene, banhos, limpeza, companhia, preparação de refeições, transporte e outras tarefas.
A GAPIC tem muita experiência em negócios de apoio domiciliário, e poderá explicar passo a passo tudo o que é necessário para a legalização.
No artigo de hoje, vamos focar-nos nesta última categoria, uma vez que é aquela que pode ser mais fácil de concretizar em termos de ideia de negócio.
II -Vantagens e Desvantagens do Apoio Domiciliário Não Médico
Antes de abordamos a parte económica da questão, vamos tentar perceber se esta é a profissão ideal para si, enquanto empreendedor.
1. As vantagens
As vantagens de criar o seu negócio de apoio domiciliário não médico são fáceis de constatar.
Liberdade
Ao ter o seu próprio negócio, tem a liberdade de determinar a sua carreira e o seu destino. Pode trabalhar onde, quando e com quem quiser. Claro que, sendo um empresário responsável, vai querer preencher o seu tempo com solicitações. E para se ser um empresário tem de se gostar de trabalhar.
Fazer o que mais gosta
Esperamos que seja líquido assumir que, se está a ler este artigo, é porque gosta de cuidar dos outros, neste caso os mais velhos. Eles necessitam de ajuda para se sentirem mais independentes, e menos um fardo para as suas famílias, e é aí que você entra. Também pode vir a criar laços com os seus clientes, o que tornará o seu trabalho muito mais gratificante.
Rendimentos esperados
A indústria dos cuidados domiciliários está em franco desenvolvimento, como já explicámos no início do artigo. Tudo indica que o futuro será generoso para com esta área, podendo esperar grandes rendimentos. Os cuidadores domiciliários estão com larga procura, especialmente quando a faixa etária dos idosos teima em expandir-se. Se contratar colaboradores para o seu negócio poderá fazer bom dinheiro, ao mesmo tempo que ajuda o seu semelhante.
2. As desvantagens
Apesar das vantagens mais evidentes de que falámos, há sempre um mas. Neste caso os “mas” são os seguintes.
Isolamento
Na maior parte dos casos, enquanto está a prestar cuidados a idosos, trabalha sozinho. Por isso não tem uma rede de suporte – colegas com quem possa relaxar, desabafar e colaborar.
Longas Distâncias
Os cuidados domiciliários são óptimos para os clientes, porque está focado no seu conforto diário. Contudo, para você poder proporcionar esse conforto aos seus clientes tem de abdicar de algum do seu próprio conforto.
Poderá ter muitos clientes em cada dia; algures entre as 6 da manhã e as oito da noite. Se viverem dispersos numa zona geográfica muito abrangente, poderá ter que percorrer grandes distâncias para assistir a cada um, e ter de trabalhar até tarde.
Estar constantemente a par das novidades
Devido aos avanços tecnológicos, e ao envelhecimento que eles permitem, os cuidados domiciliários tornaram-se muito mais prevalentes. Estes avanços proporcionaram novos equipamentos para uso corrente, o tipo de aparelhos que anteriormente só estavam disponíveis em clínicas e hospitais. Isso é óptimo para os seus clientes, mas a si irá obrigá-lo a estar a par das inovações tecnológicas. E isso significa tempo investido e dinheiro gasto.
III – Que rendimentos esperar de um negócio de apoio domiciliário?

Quatro horas diárias de apoio domiciliário, em dias úteis, custam em média 645 euros por mês. Se for todos os dias, o valor sobe para 900 euros, de acordo com os orçamentos fornecidos por 32 empresas, de Coimbra, Faro, Lisboa, Porto, Setúbal e Vila Real, os distritos com maior oferta de serviços de apoio domiciliário.
Para obter os preços, a Deco Proteste pediu a um colaborador para contactar as empresas, por telefone, e solicitar um orçamento para quatro horas de apoio domiciliário a um tio, de 75 anos. Necessitava de alimentação (almoço), ajuda nos cuidados de higiene pessoal, limpeza da casa, tratamento de roupas (lavar e engomar), companhia e acompanhamento, por exemplo, para fazer caminhadas ou ir ao médico. Pediu que lhe enviassem o orçamento por e-mail.
Setúbal é o distrito com a média de preços mais elevada: 1058 euros mensais para sete dias e 761 euros, para cinco dias. Do Porto, chegaram-nos os orçamentos mais acessíveis: 769 euros mensais, em média, para sete dias, e 562 euros, para cinco. Os valores indicados incluem os serviços pedidos pelo colaborador e mais, se necessário: a maior parte das empresas indicou que, durante as quatro horas, os seus funcionários podem executar outras tarefas necessárias.
Das 32 empresas contactadas, 27 referiram também prestar apoio ao nível da saúde, desde serviços médicos e de enfermagem a consultas de nutrição, passando por fisioterapia e podologia. Em geral, estes cuidados são pagos à parte. A maioria presta serviço ao domicílio todos os dias, durante 24 horas.
A disponibilização de atendimento de urgência é bem menos comum. Contudo, algumas empresas referem que o utente fica com um número de telefone para o qual pode ligar a qualquer hora, ou que podem fornecer um aparelho de teleassistência, a acionar em caso de necessidade. Este serviço pode ser gratuito ou custar entre 10 e 35 euros, segundo as respostas que a Deco Proteste obteve.
A GAPIC tem muita experiência em negócios de apoio domiciliário, e poderá explicar passo a passo tudo o que é necessário para a legalização.
IV – Elaborar um plano de negócios
Alertamos desde já: Um plano de negócios deve sempre ser redigido por um profissional, porque é muito complicado de se fazer. Podemos dividir qualquer plano de negócios em 2 partes: A primeira parte, mais simples é sobre marketing do seu negócio. É onde você define como, quando, onde e porquê irá vender os seus produtos ou serviços. Já a segunda parte exige que você perceba de números, e é onde toda a gente acaba por desistir: as projecções financeiras.
As projecções financeiras mais não são do que as suas previsões de vendas e de custos para o seu novo negócio – e é exatamente aí, nessa parte que é mais complicada de fazer, que os seus parceiros (bancos, investidores, etc.) se vão concentrar como piranhas. Se está a realizar um plano de negócios apenas para consumo próprio qualquer coisa pode servir. Mas se o objetivo é obter um empréstimo, por exemplo, é bom que faça as coisas como deve ser, nomeadamente utilizando um modelo oficial de plano de negócios, como o do IAPMEI (Instituto de Apoio às pequenas e médias empresas).
A verdade é que é possível divagar sobre os objetivos do negócio, o público alvo, sem necessidade de uma prova científica. Já quanto aos números – eles são exactos, e serão apreciados pela sua objetividade e realismo. Até que ponto você é capaz de ser objetivo e realista na sua aproximação à realidade financeira do seu novo negócio? Você sabe exatamente quanto vai custar cada peça de equipamento? Quanto vai custar o aluguer? Quanto vai ter de pagar de impostos, ou pelo software de faturação? Avaliar tudo isto dá muito trabalho e nós recomendamos mesmo o auxílio de um profissional. A GAPIC tem muita experiência na elaboração de planos de negócios e poderá ajudar. O que você pode, e deve fazer, é ter uma visão geral sobre o que é um plano de negócios.
V – Quais os serviços prestados em Apoio Domiciliário
- Enfermagem
- Fisioterapia
- Médico ao Domicílio
- Cuidados Paliativos
- Reabilitação
- Terapia da Fala
- Assistência noturna
- Limpeza doméstica
- Engomadoria
- Cuidados de higiene e conforto
- Acompanhamento
- Preparação de refeições
- Entretenimento
- Ginástica geriátrica
- Terapia Ocupacional
- Cuidados Materno-Infantis
- Farmácia ao domicílio
- Importante: os serviços de apoio domiciliário devem prestar apoio contínuo durante 24 horas, todos os dias, e auxílio em caso de emergencia.
VI – Requisitos para abrir um negócio de apoio domiciliário
Os requisitos gerais para criar um SAD-Serviço de Apoio Domiciliário
são:
Gerais
- Ser pessoa singular ou colectiva que explore o estabelecimento como proprietária, arrendatária ou a qualquer outro título;
- Idoneidade do requerente e do pessoal ao seu serviço;
- Dispor de pessoal técnico e auxiliar necessário ao funcionamento do serviço;
- Possuir situação contributiva regularizada perante a Segurança Social.
Específicos
- Possuir um director técnico com formação técnica e académica correspondente a bacharelato ou licenciatura no âmbito das ciências sociais e humanas ou ciências da saúde;
- Possuir pessoal técnico, ajudantes familiares e outro, adequado ao bom funcionamento dos serviços, de acordo com os indicadores estabelecidos;
- Dispor de instalações e equipamentos adequados.
- Ao director técnico compete, designadamente:
a) Dirigir o serviço, assumindo a responsabilidade pela sua
organização, planificação, execução, controlo e avaliação;
b) Assegurar o recrutamento de profissionais com formação/qualificação adequada à prestação dos serviços propostos;
c) Assegurar a coordenação das equipas prestadoras de cuidados;
d) Garantir a qualidade técnica do diagnóstico de cada situação e da elaboração do respectivo plano de cuidados;
e) Garantir a supervisão do pessoal do SAD;
f) Proporcionar o enquadramento técnico para avaliação da
evolução de cada situação, em função do plano de cuidados
definido;
g) Sensibilizar o pessoal face às problemáticas dos utentes.
Fonte: Despacho Normativo 62/99 de 12 de Novembro de 1999
VII – Legislação
Aconselhamos a análise da seguinte legislação, para saber os passos a dar em termos de legalização:
• Despacho normativo 62/99 de 12 de Novembro de 1999;
• Decreto-Lei 268/99 de 15 de Julho de 1999;
• Decreto-Lei 133-A/97 de 30 de Maio de 1997.
A GAPIC tem muita experiência em negócios de apoio domiciliário, e poderá explicar passo a passo tudo o que é necessário para a legalização.