Ideia

Como abrir um negócio de Turismo Rural

O turismo rural assume um carácter distinto das restantes formas de turismo, mais massificadas e menos personalizadas, diferenciando-se pela natureza familiar do negócio e por deliberadamente focar a escala de qualidade na hospitalidade, mais do que na arquitetura e design das instalações. O turismo rural impõe-se pela arte de bem receber.

Num país com as características culturais, patrimoniais, paisagísticas, ecológicas, climatéricas e até sociais como as de Portugal, as agulhas de operacionalização desta forma tão particular de fazer turismo deviam estar perfeitamente afinadas, de forma a que falar de turismo rural, de campo e de Natureza no sul da Europa, deveria de imediato fazer ecoar ‘Portugal’ nos ouvidos dos potenciais turistas. O problema está em que tal  operacionalização, com o grau de profissionalização exigido a qualquer forma de turismo, não existe ainda.

COMO COMEÇAR

Existem muitas entidades que o podem apoiar a estabelecer o seu negócio de turismo rural.

Uma das principais é um contabilista que desde logo tenha experiência com o turismo rural. Recomendamos a GAPIC (http://www.gapic.pt) que tem bastante experiência e créditos firmados nesta área. O contabilista pode guiá-lo através do processo de licenciamento e legalização do seu negócio, funcionando também como conselheiro financeiro nas suas decisões de negócio iniciais.

Destacamos a Associação Portuguesa de Turismo em Espaços Rurais e Naturais (APTERN); a Central Nacional do Turismo no Espaço Rural (CENTER); a Associação Portuguesa de Turismo no Espaço Rural (PRIVETUR); a Associação do Turismo de Habitação (TURIHAB); a marca Casas no Campo que foi lançada pela TURIHAB, e claro o Turismo de Portugal

Contudo o primeiro passo é dado pelo empresário. É este que deve estar informado, considerar todos os fatores, e tomar a decisão final sobre a empresa a criar. O desejo e a capacidade de receber turistas e ir de encontro às suas expetativas é o pre-requisito principal para um proprietário de terras ou empresário com o objetivo de implementar o seu espaço rural.

AVALIAR OS RECURSOS DE QUE SE DISPÕE

O sucesso de qualquer empresa de turismo rural depende de ela conseguir oferecer aos turistas algo que eles não encontrem em mais nenhum lado, escolhendo essa opção em detrimento de outras alternativas. O primeiro passo para o sucesso de um empreendimento de turismo rural é fazer um inventário detalhado sobre as potencialidades do local. Isto irá ajudá-lo a completar o seu plano de negócios no futuro.

MERCADO

Uma das características fundamentais do turismo rural prende-se com o facto de, mesmo estando associado, em geral, a viagens mais curtas, terem um gasto médio superior a produtos tradicionais como o sol e praia. Por esta razão, os mercados emissores com maior potencial englobam países desenvolvidos, ou em forte desenvolvimento, para os quais a sustentabilidade, os patrimónios natural e cultural e a autenticidade são mais valorizados. E é aqui que o turismo rural é mais relevante, surgindo como agente aglutinador para todos os que querem usufruir deste tipo de oferta.

As boas acessibilidades para Portugal (Reino Unido, Espanha, França e Alemanha possuem mais de 25 voos diários para Portugal) a partir de aeroportos

internacionais são também um aspeto fulcral na seleção dos principais mercados a atrair.  Como principais mercados emissores do turismo português no geral, a Alemanha e a Espanha serão sempre parte integrante de qualquer lista de países a explorar. Se adicionarmos a esta lista o Reino Unido, a Holanda e a França temos os principais mercados que, em maior ou menor grau, todos os países europeus competem por atrair.  De acordo com estudos recentes, para os turistas germânicos e escandinavos, o clima e a paisagem são o factor impulsionador na escolha de Portugal como destino de lazer. Portugal é considerado um país seguro e pacífico, com uma oferta de alojamentos de qualidade face à concorrência. Os turistas franceses, à semelhança dos seus vizinhos do Norte, também veem em Portugal um destino com uma grande riqueza histórica e cultural e um bom clima. Para além disso, os turistas deste país consideram que a gastronomia nacional corresponde a uma outra forte mais-valia que diferencia Portugal da concorrência.

No entanto, com a atual situação económica mundial que levou a um desgaste do ponto de vista económico do velho continente, é importante que seja feita uma adaptação e se apontem estratégias de marketing para outras zonas do globo, nomeadamente para o Brasil e os Estados Unidos que, de  acordo com estudos recentes, têm vindo a aumentar o seu interesse por Portugal.

O Brasil, porque vê em Portugal uma porta de entrada para a Europa, com fortes ligações históricas e culturais e com uma grande facilidade linguística. O “turismo das raízes” é uma tendência em alta relevante para este mercado emissor.

Os Estados Unidos são também emissores de turistas para o velho continente, de onde provêm e de tão mais longa História. Portugal é visto como um destino compacto, com pouca distância entre cidades e tempos de viagem reduzidos.

A escolha destes mercados emissores está interligada com as suas perceções em relação a Portugal, ao património natural aos costumes, tradições e condições climáticas. Também considerado é o nível de desenvolvimento e qualidade de vida nesses países, pelo que é importante que Portugal sobressaia como uma das regiões do globo socialmente estáveis, favorecendo a receção de um grande número de viajantes provenientes desses países.

As noções que os mercados possuem relativamente ao desenvolvimento sustentável e à conservação da autenticidade do meio ambiente são também um ponto

forte potencial, e os países do Norte da Europa, juntamente com o Reino Unido, são bons exemplos de países onde os cidadãos têm um nível de educação ambiental tal que, indiretamente, poderão percecionar a ruralidade portuguesa como atrativa.

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

A arte de bem receber

A arte de bem receber diz respeito em primeiro lugar ao ‘serviço básico’ que se espera do turismo rural, envolvendo questões associadas à formação e qualificação dos recursos humanos e elementos básicos do acolhimento típico do turismo rural.

Ora, se o turista se desloca não apenas para dormir mas para se sentir envolvido por experiências turísticas, e se sabemos que é realista a segmentação do turismo de Campo em função de diferentes interesses específicos, então o proprietário do alojamento, que é extremamente relevante enquanto “porta principal de acesso ao campo”, tem aqui uma oportunidade única de se diferenciar e posicionar no mercado. Ele pode, efetivamente, ser uma peça chave para o sucesso da viagem. Mais ainda, a boa gestão dos FCS associados à arte de bem receber pode ser para o turista o principal elemento com peso na redução dos riscos associados à satisfação das suas necessidades e expectativas específicas. Por inerência, pode residir aqui a principal motivação para a escolha do alojamento.

A Envolvente Natural do Espaço Rural

É fundamental desenvolver um conhecimento aprofundado do território onde se insere o alojamento: conhecer os valores turísticos verdadeiramente relevantes e infraestruturais. É comum a referência a listagens de atividades praticadas na região. Um percurso pedestre ou para bicicletas, por exemplo, é tudo menos universal. Serve apenas um determinado tipo de clientes, de acordo com o seu grau de dificuldade, pontos de interesse, e outras características mais ou menos técnicas. Por isso, importa desenvolver a capacidade de recomendar algo que se ajusta ao perfil de turista que temos à nossa frente ou pretendemos atrair. Eventualmente, a oferta existente na região permite até acomodar o interesse de diversos segmentos. O que realmente é relevante é a utilidade e relevância da recomendação. Muitas vezes, só será possível obter esta informação falando com especialistas ou junto dos próprios fornecedores de serviços de animação e que conhecem a região. Em muitos casos, este diálogo, poderá representar o princípio de uma relação comercial com esses fornecedores. Por princípio, serão mais benéficas as parcerias com fornecedores locais, não apenas pelo fator positivo de desenvolvimento local, mas também porque tenderão a operar na zona de forma mais permanente.

Rede de parceiros locais 

Saber quem é quem, quem oferece o quê, poder recomendar com conhecimento de causa outros prestadores de serviços é algo que só quem está imerso no território pode fazer. O valor deste fator é imensurável pois vistas bem as coisas, nenhum operador turístico pode ambicionar dominar tão bem um local como o proprietário de um turismo rural de uma determinada zona. Portanto, importa colocar esforço neste ponto. É essencial conhecer verdadeiramente os prestadores de serviços, bem como utilizar ou experimentar a sua oferta.  Este ponto aplica-se igualmente no caso de parcerias entre alojamentos, pois se as Casas de Alojamento Rural são uma das redes 5×5, são-no porque se entende que estas não têm necessariamente que ser competidoras, mas sim complementares, na construção de uma oferta mais rica para o cliente. Esta sugestão é válida particularmente para a criação de produtos turísticos baseados em multi-alojamento. No fundo, o mote para o bom entendimento destes princípios está em que cada casa é um convite diferente para entrar no Campo e o difícil será escolher por onde nos queremos deixar levar primeiro.

DA TEORIA À PRÁTICA

Deve começar po ter uma ideia de aproveitamento de um determinado espaço e ter a visão desse espaço com as recomendações que fazemos nesse artigo. Depois é a fase de construção, onde tem de considerar o dinheiro que irá necessitar para realizar a sua visão, e em que possivelmente terá de recorrer a bancos, às poupanças, ou a familiares e amigos. Fale com um contabilista sobre este assunto. Recomendamos a GAPIC (http://www.gapic.pt) pois têm bastante experiência de apoiar empresários nesta área.

Finalmente trata-se de estabelecer parcerias: com fornecedores locais mas também com os sites turísticos da especialidade como o booking.com ou o Trivago, mas também airbnb e homeaway só para citar os mais importantes.

O empreendedor deve usar todas as suas ferramentas de comunicação (website próprio e dos seus parceiros, folhetos, redes sociais) para investir na apresentação daquilo que faz e tem de melhor. Neste sentido, se é especialista em algo particular que possa interessar aos seus potenciais clientes e que possua algum caráter diferenciador e relevante em relação à concorrência, então deverá apostar de forma clara na comunicação desse valor e, se for o caso, canalizar ações de marketing para a aproximação de segmentos de turistas específicos.

LICENCIAMENTO E LEGISLAÇÃO

De acordo com o Decreto-Lei n.º 228/2009, os empreendimentos de turismo no espaço rural podem ser classificados nos seguintes grupos:

  1. a) Casas de campo
  2. b) Agro-turismo
  3. c) Hotéis rurais

Para a instalação da unidade de TER com a classificação de casas de campo, é necessário debruçarmo-nos sobre o Decreto-Lei n.º 228/2009 de 14 de Setembro, assim como sob a Portaria n.º 937 de 20 de Agosto (que estabelece os requisitos mínimos a observar pelos estabelecimentos de turismo de habitação e TER) e, sob a Portaria n.º 358/2009 de 06 de Abril (que estabelece os requisitos dos equipamentos de uso comum dos empreendimentos turísticos).  É igualmente necessário obter todos os licenciamentos através do Turismo de Portugal e atender aos requisitos para certificação de empreendimentos de TH/TER da Associação Portuguesa de Certificação (APCER).

Encontre um bom contabilista.
Um bom contabilista é crucial para o sucesso de uma pequena empresa. Adquirir o capital para começar um negócio e lidar com as finanças dele será um desafio, por isso você precisará de alguém com experiência para guiá-lo pelo processo. Um contabilista não só o ajudará com as taxas e livros de contabilidade, mas também será um conselheiro financeiro nas decisões de negócios. Portanto, contrate alguém em quem possa confiar. Recomendamos a GAPIC (http://www.gapic.pt) pois para além de 35 anos de experiência no mercado, tem também a experiência de lidar com turismos rurais.

3 comentários

  1. Interesante blog . Aprendo algo con cada sito web todos los días. Siempre es estimulante poder devorar el contenido de otros bloggers. Me gustaría usar algo de tu post en mi blog, naturalmente dejare un enlace , si no te importa. Gracias por compartir.

  2. Bastante prestável este artigo.
    Vivo no estrangeiro e tenho uma casa rustica ainda a ser paga ao Banco, zona de Cascais Sintra e gostava de a transformar em turismo rural. Mas precisava de arranjar investidor. A vista da casa e espaço é deslumbrante. Perto de Cascais mas com vista para a Serra Sintra (Penha Longa). Este artigo foi muito util. Obrigada

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